segunda-feira, 23 de abril de 2012

COMPREENDER O OUTRO
É ESSENCIAL PARA O DESIGNER DE INTERIORES

O primeiro número da recém-lançada revista Conceitual, da Associação Brasileira de Designers de Interiores, traz um artigo do arquiteto Jéthero Cardoso de Miranda que pode parecer, a princípio, raso para os profissionais que já atuam na área. Na verdade, o artigo se mostra de uma importância ímpar até mesmo para os veteranos do design de interiores. Por isso, este blog reproduz o texto. Com a palavra, o Sr. Jéthero Cardoso:


São várias as qualificações que um designer de interiores deve ter para exercer a profissão. A concepção e a execução de um projeto envolvem questões que vão, desde o universo artístico e suas subjetividades, até as mais sofisticadas tecnologias, passando por conhecimentos técnicos sobre os materiais e seus significados.


Projetar interiores não é apenas ornamentá-los. É adequar o ambiente ao usuário seguindo preceitos de normas técnicas; de conforto térmico, acústico e lumínico; da escolha acertada dos móveis, equipamentos e suas possibilidades; e da racionalidade e funcionalidade de todos os componentes. Ou seja, o projeto resulta de pesquisa, de experimentos estéticos que busquem a criação de ambientes inovadores, acolhedores e funcionais.

Mas, entre as qualificações imprescindíveis, uma merece mais atenção do que as outras. Todo designer de interiores deve ser um colecionador de amigos.

Esse profissional deve ser
um colecionador de amigos

Esse profissional mantém, por vezes, contato extremamente próximo com o cliente. E, para exercer o ofício, precisa respeitar e compreender os motivos, as escolhas, a cultura e as vontades do cliente. Tem que que compatibilizar orçamentos, executar obras, administrar pagamentos. Em resumo, ser um amigo confiável.

Nesse sentido, os futuros designers de interiores teriam que ter como primeira vocação gostar do ser humano.

O designer de interiores, através do
seu ofício, gera as condições de
onde pode emergir a felicidade

Projetar o espaço onde acontecerão os desdobramentos da vida de uma pessoa envolve aspectos que passam por dúvidas, escolhas, angústias, custos, desejos e sonhos. Por isso, projetar interiores é compreender o outro em sua totalidade, sem nenhum preconceito ou qualquer discriminação.

 
O exercício dessa profissão está intimamente relacionado com a existência humana e suas responsabilidades vão muito além dos aspectos técnicos e estéticos. O designer de interiores, através do seu ofício, gera as condições de onde pode emergir a felicidade.

Jéthero Cardoso de Miranda é arquiteto e designer de interiores; coordenador do Curso de Design de Interiores da Faculdade de Belas Artes de São Paulo; professor da disciplina de Processos Criativos. É autor de projetos de movéis residenciais para produção em escala industrial.

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